quarta-feira, 17 de março de 2010

Para: Rafael
Não havia flores e nem tão pouco um dia ensolarado como você tinha me dito, na verdade me deparei com uma paisagem desoladora e de imediato não entendi, por que fui conduzida para um lugar tão estranho.
Aquele vento impetuoso rapidamente bagunçou todo meu cabelo e de repente a poeira conduzida por ele, manchou toda a minha roupa. Cheguei a pensar que tinha tomado o caminho errado e estava em outro lugar, lembro-me que você falou de brisa leve, som de pássaros e flores e não era exatamente o que eu via.
Mas a experiência visual era única, aquela paisagem cinza e a ventania me fizeram refém de pensamentos que talvez eu não quisesse jamais ter.
Não tinha nada além dos meus pensamentos e a escuridão, acho que só depois de longas horas de observação que comecei a raciocinar que precisava voltar para casa.
E cada passo que eu dava me distanciava do meu passado e me levava para um futuro que eu sempre quis e as sombras agora seriam parte daquela montanha e para mim só restaria os vales.

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