Amor, vida e urgências
Há dias em que sou
Este imperfeito de mim
Sem fim nem começo
Meio verdade, meio avessa
Meia meio virada
Pé direito calçando o esquerdo
Táctil, sem querer tocar as coisas do dia
No entanto quando surges
Com o frêmito das coisas urgentes
Como se o ar perdesse o tino
E urgisse despentear avencas,
A vida é promessa realizada
Ao sabor de um simples verso quieto
Toco-te, num ósculo escuro
O amor é em nós imerso
Assim como é na vida, as aflições e
dores de amar
e viver assim,
guardando as lembranças de você
num silêncio do teu olhar.
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